Parashá BALAK - Prédica de José London

 

Fazemos esta semana a leitura de Parashat Balak
7ª Parasha do 4º livro da Torah
Livro de Bamidbar


Estamos em plena travessia do deserto

O povo está acampado às margens do Rio Jordão.

Balak, protagonista de nossa Parasha, Rei dos moabitas, assustado com as noticias de um numeroso povo que conseguiu se libertar do Egito e avança pelo deserto convida Biliam , um mago e profeta pagão, mas muito respeitado por seus encontros com o criador, para amaldiçoar o povo de Israel e assim deter seu avanço.

Não estamos aqui somente diante do eterno dilema entre benção e maldição.

Estamos diante dessa figura tão atual que é Balak, esses homens que contratam profetas para realizar seus projetos pessoais.

Esses profetas tal qual o de nossa parasha são como o próprio nome diz:

Bli Am, ou seja, sujeitos sem povo, sem historia e sem raízes.

Biliam conhecendo os poderes de D'us e só por teme-lo, segue sua instrução e em vez de amaldiçoar o povo de Israel em troca das honras e recompensas oferecidas por Balak, acaba por abençoa-los.

Mas essas bênçãos não vinham de seu coração.

Talvez por isso Balak, sabendo da ineficácia das bênçãos de Biliam prefere que ele amaldiçoe os Israelitas ao invés de abençoar seu próprio povo.

Abençoar a vida somente por temor ao criador não faz parte com certeza
do projeto de D'us, esse é um tipo de benção que prejudica, que não adverte e que apenas fragiliza quem é abençoado.

Nessas condições, a verdadeira intenção dos que agem dessa maneira sempre acaba aparecendo, e não foi diferente com Biliam.

No final dessa parasha, mesmo depois de ter abençoado por três vezes o povo de Israel, Biliam deixa uma dica de como corromper e enfraquecer essa gente.

Precisamos prestar atenção nos Balak que surgem em nossos caminhos, tentando o tempo todo nos desviar dos verdadeiros ensinamentos da Torah , sob a alegação de que basta ser temente à D'us, e criando assim uma falsa impressão de que com isso fomos abençoados.

Aceitar isso é menosprezar a condição de parceiros do Criador e não enxergar que num pacto verdadeiro a relação tem que ser de muito, muito respeito, mas nunca de medo.


PARASHÁ