Parashá DEVARIM


Parashá Devarim B"H
Comentário - Ronaldo Elie Yallouz


Êleh hadevarim... Estas são as palavras...

Nesta semana começamos o quinto e último livro da Torá, Devarim (Deuteronômio), conhecido na literatura rabínica como Mishnê Torá, a revisão da Torá. Seu conteúdo foi falado por Moshê ao povo judeu durante as cinco semanas finais de sua vida, enquanto o povo se preparava para entrar na Terra de Israel. Nele, Moshê explica e comenta muitas das mitsvot outorgadas previamente e outras que aqui aparecem pela primeira vez. Ele também os adverte continuamente a permanecer diligentes e fiéis às leis e ensinamentos de D'us.

A Parashat Devarim (Devarim 1:1-3:22) começa com a velada censura de Moshê, na qual faz referência aos numerosos pecados e rebeliões dos quarenta anos anteriores. Prossegue então relatando vários dos incidentes mais significativos que ocorreram com o povo judeu no deserto, lançando uma luz sobre as narrativas prévias da Torá.

Moshê fala da malograda missão dos espiões: dez dos doze homens enviados para vigiar a terra tinham voltado com um relatório negativo, e devido à falta de fé do povo, D'us condenou toda a nação a vagar por quarenta anos no deserto, tempo durante o qual a geração do êxodo morreu. Moshê então avança para discutir a conquista dos Filhos de Israel da margem leste do Rio Jordão. A Porção da Torá conclui com palavras de encorajamento para o sucessor de Moshê, Yehoshua.

O Livro de Devarim representa a conquista final de Moshê como líder dos filhos de Israel. Ele guiou os judeus através do deserto por quarenta anos, agindo às vezes como pai e, em outras, como mediador e negociador. Cuidou de tudo. Agora chegou a hora de Moshê pronunciar suas palavras finais de admoestação e encorajamento. É agora ou nunca; se os judeus não entenderem a mensagem desta vez, jamais o farão.

O Rabino Leibel Eger explicou que, uma vez que Moshe estava repreendendo o Povo Judeu por seus erros, ele quis se assegurar de que não ficassem deprimidos ou desencorajados com sua crítica. Para isso ele se expressou dizendo que não os considerava pessoas ruins, mas sim que deveria haver aos milhares como eles!
Tomemos nós mesmos como exemplo. Como reagimos quando um amigo nos repreende? É desagradável. Às vezes, podemos negar que agimos errado. Outras vezes tentamos justificar nossas ações com desculpas. É normal esquecer e não nos preocuparmos após ouvirmos admoestação.
Se precisarmos admoestar alguém, o objetivo é que a pessoa mude seu comportamento. Para fazer isto, a pessoa deve se sentir bem consigo mesma e também sentir que você a valoriza. Portanto, (1) Não condene ninguém (2) Encontre algo positivo para destacar (3) Mostre-lhe, gentilmente, os resultados negativos de seu comportamento (4) Mostre-lhe os benefícios que conseguirá ao mudar suas atitudes. Qualquer um pode fazer o outro se sentir péssimo, mas é necessário um verdadeiro artesão para construir alguém e ajudá-lo(a) a mudar!
A pessoa que possui sabedoria ouve suas falhas com gratidão. Tenta aprimorar a si mesmo se seus atos não foram muito sérios ou se não foi tão culpado.

Os sábios chamam a geração de Moshê "dor de'a", uma geração sábia. Ficaram envergonhados por suas falhas, quando foram enumerados em voz alta. Perceberam que Moshê apontava seus erros e pecados somente porque os amava profundamente e se preocupava com eles.


A mensagem é clara - a necessidade de paz e solidariedade entre o povo judeu é da maior importância. Mesmo a última vontade e testamento de Moshê, ou o mal da idolatria, não podem minar a importância da unidade. Embora devamos estar sempre cientes desta realidade, o período no qual nos encontramos agora clama para que tenhamos mais atenção ainda com o assunto.


Uma palavra descuidada pode disparar um conflito
Uma palavra cruel pode arruinar uma vida
Uma palavra amarga pode instilar ódio
Uma palavra brutal pode ferir e matar
Entretanto:
Uma palavra generosa pode aplainar o caminho
Uma palavra alegre pode iluminar o dia
Uma palavra na hora certa pode diminuir a tensão
Uma palavra amorosa pode curar e santificar!

SHABAT SHALOM!


PARASHÁ