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Parashá KI TAVO- Prédica de José London |
Estamos fazendo leitura essa semana de Parashat Ki Tavó Faltando apenas 4 parashiot para encerrarmos mais um ciclo de leitura
da Torah, estamos ainda sob um clima de opções e de escolhas. Esse ambiente começou a se formar na Parashat Re'eh, lida há
três semanas atrás quando o criador nos indicou uma escolha
na qual podemos optar diariamente entre brachot (bênçãos)
ou k'lalot (maldições). Em Ki tavo, numa espécie de manual de precauções
e de condutas, preparando o povo para a entrada na Terra Santa (daí
o nome da Parasha Ki Tavo = quando entrares), Moshe endurece seu discurso
geralmente paternalista e descreve uma série de maldições
que afligiriam o povo sempre que as alianças até aqui estabelecidas
fossem rompidas e sempre que o povo perdesse a noção de
que aquela seria para sempre uma sociedade pactual. Muitas dessas maldições como o anti-semitismo, os exílios,
as perseguições e os extermínios acabariam se tornando
verdadeiras pragas da humanidade. Mais uma vez a sabedoria da língua hebraica, nos ajuda a entender
melhor esse movimento. A palavra em hebraico para esse tipo de praga é NEGA (nun,guimel
e ayn), mas se mudarmos uma das letras de posição, formamos
a palavra ONEG (ayn, nun e guimel) que quer dizer prazer ou deleite. Mas então....aonde esta a sabedoria? Não é a mudança de uma letra qualquer que origina
uma outra palavra e tão pouco altera seu significado !!! A letra que sai do inicio e vai para o fim ou vice-versa é
a letra ayn. E Ayn em hebraico significa olho. É portanto no olhar e na capacidade de estarmos atentos e ao
mesmo tempo dispostos a mudar nossa visão sobre as coisas, que
está a possibilidade de encontrarmos um equilíbrio entre
NEGA (sofrimento) e ONEG (prazer). Todas as vezes que insistimos, como povo ou como pessoa, que nossa
vida é apenas nega (SOFRIMENTO), da mesma forma que, quando só
o que é oneg (PRAZER) nos chama a atenção, ficamos
cegos e é nessa hora que as maldições superam as
bênçãos. Abdicamos nesses momentos, e essa não é uma boa escolha,
da condição humana, Ao final da Parasha, num trecho também conhecido como seu Discurso Final, Moshe nos avisa, que essa busca será permanente e eterna, quando diz ao povo: ".... mesmo conhecendo as maravilhas da criação,
os milagres e os sinais da redenção...ainda Shabat Shalom |