SHABAT SHALOM

Parashat Mishpatim
6ª Parasha do Livro de Shemot - Livro de Êxodo

Passados os eventos espetaculares da abertura do mar e da volta de Moshé do Monte Sinai, chega o momento de se regulamentar a trajetória do povo.

Começa a se desenhar nesta Parasha aliado aos 10 mandamentos, o mais elaborado dos códigos de ética e comportamento da humanidade.

Mishpatim, normalmente traduzido como leis, é o plural também da palavra Mishpat, que significa justiça, não uma justiça feita apenas de frases
(palavra que aliás em hebraico também é mishpat) mas justiça através da reciprocidade.

É nessa parasha que surge o polêmico conceito de "olho por olho e dente por dente".

Esse não é um ensinamento de revanchismo, mas sim de equidade e de isonomia, onde o que você faz será feito a você.

Mishpat é o mínimo universal de uma sociedade justa.

As leis que estabelecem essa sociedade justa, garantem também a liberdade, uma vez que a pobreza escraviza.

Em mishpatim o errado é punido e as ofensas são corrigidas.

Não existia hábeas corpus preventivo, permissão legal para mentir, muito menos delação premiada.

Todas as pessoas tinham que ser iguais perante a lei e todas teriam acesso a ela.

Mishpat, junto com chessed (no seu mais amplo sentido,não apenas compaixão, mas amor pactual) e tzedaka (não apenas como caridade, mas justiça social) montam um tripé que sustenta e dá dignidade ao judaísmo.

Muitos séculos se passaram desde Mishpatim até a edição dos atuais códigos legais, o mundo sofreu muitas transformações ao longo desse tempo,
porém imutável é o nosso compromisso com a verdade.

Nesta parasha o criador coloca isso com clareza, quando em vez de simplesmente dizer:
"não mentirás", nos ensina no versículo 7 do cap 23: "AFASTEM-SE DAS PALAVRAS FALSAS ".

SHABAT SHALOM