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Parashá SHOFTIM |
Queríamos agradecer a oportunidade de fazer alguns comentários sobre a Parashá do Rick. Este trecho da Torah é extremamente simples e direto, e ao mesmo tempo de enorme abrangência. O mais surpreendente é a forma concisa e direta com que o Criador diz o que quer e o que espera de seu povo, estabelecendo os fundamentos da Justiça para o povo de Israel. É um documento ético, político e social muito interessante. Shoftim trata sobretudo de Justiça, um bem inerente e fundamental,
a qualquer grupo humano. Devemos assim, policiar nossas casas mas, acima de tudo colocar juízes
e policiais nos portões de nossa mente e de nossa alma. A orientação
é bastante clara: devemos nos manter vigilantes com o que absorvemos
e falamos, com o que nossos olhos e ouvidos captam, a qualidade de nossos
relacionamentos íntimos e assim por diante. Somos todos responsáveis pelas nossas atitudes, bênçãos
e maldições, logo, não devemos culpar outras pessoas
por falhas ou dificuldades pessoais, muito menos esperar que elas apontem
os nossos erros. Ter juízes de prontidão é ter conhecimento das
orientações da Torá - o que nos conecta e o que nos
desconecta do Eterno. Ter policiais igualmente alertas, por sua vez, corresponde à
ação que garante o cumprimento da Lei. Em outras palavras,
não adianta reconhecer o certo e o errado se não nos esforçamos
para fazer o que deve ser feito e evitar o que deve ser evitado. A mente é engenhosa; muitas vezes, negativamente criativa.
Não são raras às vezes em que ela apresenta boas
justificativas para que "burlemos" a Lei - coisas como "só
desta vez" , além do - "o que conta é a intenção",
entre tantas frases que conhecemos tão bem. Infelizmente, nossos
ministros, deputados... aqui no Brasil desconhecem ou não seguem
este trecho da Torah. "A justiça, e somente a justiça, seguirás,
para que vivas e herdes a terra que o Eterno, teu Deus, te dá"
(Devarim 16:20). Portanto, a leitura que fazemos é a de que a Tora usa a palavra
"justiça" duas vezes, para sublinhar que da mesma maneira
que queremos justiça para nós mesmos, devemos exigir justiça
para nosso vizinho. Em outras palavras, quando adotamos a Torá como um balizador
de nossas vidas, devemos influenciar as outras pessoas pelo nosso exemplo,
não pelas nossas críticas. Um outro versículo que nos chama a atenção é: "Quando sitiares uma cidade por muito tempo, pelejando contra ela para a tomar, não destruirás o seu arvoredo, metendo nele o machado, porque dele comerás" (Devarim 20:19). Deste versículo da Torá origina-se uma das Mitzvot menos
conhecidas e talvez de maior relevância contemporânea a Mitzvá
de Bal Tashchit, que é a proibição de destruir em
geral - de preservar e cuidar - e ajudar a criar no mundo o sentido de
apreciação pela criação. Nós temos essa obrigação religiosa - somos parceiros de D'us na criação e co-responsáveis pela proteção da Terra. A Mitzvá de Bal Tashchit, pode nos ajudar a elevar nossa consciência ambiental percebendo que é possível juntar a ecologia com a espiritualidade já que a natureza é sagrada. Resumindo: que possamos agir sempre como nossos próprios juízes, agindo com ética, respeito e solidariedade, dignificando, assim, as nossas vidas com a benção de D's. Shemá Israel Adonái Eloêinu Adonái Echád |