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Parashá TAZRIA - Comentários |
Conhecida como metsorá, a pessoa afligida por uma mancha parecida com tsaraat na pele está sujeita a uma série de exames por um cohen, que declara se o paciente está tahor (puro) ou tamê (impuro). Se for tamê, ele será isolado para fora do acampamento, um castigo apropriado para alguém cuja língua infame fez com que pessoas se separassem umas das outras. Após descrever os vários tipos, cores e manifestações da doença na pele, cabeça e barba da pessoa, a porção conclui com uma discussão sobre as vestes contaminadas por tsaraat. A Parashá Metsorá continua a discussão detalhando
o processo de purificação de três partes da metsorá,
ministrada por um cohen, completa com imersões, Corbanot, e a raspagem
de todo o corpo. Após uma demorada descrição da tsaraat
em casas e a ordem de demolir toda a residência caso a doença
tenha se espalhado, o capítulo final da porção discute
várias categorias de emissões humanas naturais, que tornam
uma pessoa impura em graus variáveis. O Báal Shem Tov, que na ocasião estava na sinagoga, disse aos seus discípulos para formarem um círculo, cada qual segurando a mão do vizinho, e para fecharem os olhos. Ele próprio fechou o círculo, colocando as mãos sobre os ombros dos dois discípulos que estavam à sua direita e esquerda. De repente, todos gritaram assustados: por trás das pálpebras cerradas viram o homem furioso realmente cortando o outro em pedaços, exatamente como tinha ameaçado! Palavras são como flechas, diz o Salmista, e como carvões
fumegantes. Como flechas, explica o Midrash, pois um homem está
em um lugar e suas palavras trazem confusão para a vida de outro
homem a quilômetros de distância. E como um carvão
cuja superfície externa se extinguiu, mas cujo interior continua
ardendo, assim também palavras malévolas continuam a produzir
seu dano muito depois de seu efeito externo ter acabado. Rabi Shimon, filho de Rabban Gamliel, declarou em Pirkei Avot a Ética dos Pais (1,17): "Toda minha vida, cresci entre os Sábios, e jamais encontrei algo melhor para uma pessoa que o silêncio". Todos nós já ouvimos sugestões semelhantes: "Se
você não tem nada de bom para dizer, então fique calado."
O que Rabi Shimon quis dizer com isso? Claramente, Rabi Shimon ben Gamliel não pode estar se referindo a estas duas categorias, pois uma é um mandamento positivo e a outra é uma proibição. Não precisamos de um aforismo para nos dizer o que já sabemos que é uma mitsvá. O discurso que é repulsivo ou degrada inclui tagarelice, conversa que não tem utilidade, e não beneficia uma pessoa, espiritual ou materialmente. Não há uma proibição inequívoca contra este tipo de discurso, pois ele não envolve amaldiçoar ou mentir. Mas ele não tem qualquer valor. Um pouco diferente da fofoca ou mexerico, pois não espalha boatos ou destrói reputações, a tagarelice comum é inútil e irrelevante, como muito daquilo que passa por novidade. Esta conversa vã, desperdiçada, também inclui elogios negativos e cumprimentos ambíguos. O discurso que expressa amor ou afeição inclui elogiar o positivo e criticar sabiamente o negativo. Histórias e canções que elevam a alma, inspiram pessoas a melhorar ou inculcam bons hábitos, fazem parte dessa categoria, assim como aquelas que mostram como são repulsivos os maus hábitos e fazem as pessoas desejar evitá-los. Como os dois primeiros, o comentário de Rabi Shimon não
se aplica a esses. Se falássemos continuamente, o dia inteiro,
e nosso discurso pertencesse às categorias um e quatro - palavras
de Torá e mitsvot e conversação que inspira - isso
seria ótimo. É óbvio que não devemos falar
falsidades ou ofender os outros com nossas palavras, assim como também
é óbvio que tagarelice e "novidades" são
uma perda de tempo e fôlego. Isso nos leva à última
categoria: E sobre este tipo de conversa, nos diz Rabi Shimon o melhor é
o silêncio, pois se você tem de falar, assegure-se de que
suas palavras combinam com suas ações - e seja breve. |