Shabat Shalom!
Na parashá Terumá, que estamos lendo esta semana, D´us
dá instruções a Moisés para que diga ao povo
que construa o Mishkán, o Tabernáculo, com as contribuições
de todos que tenham um coração ´que se emocione com
esse gesto`, para que ´Ele possa estar entre o povo`.
Moisés recebe minuciosas instruções sobre a construção
da Arca e da Menorah, assim como todos os detalhes para erguer o Tabernáculo,
um templo que possa ser transportado através do deserto.
Habilidade, kavanah, generosidade, o desapego das doações
em ouro, pedras preciosas, madeira e incenso: tudo isso entra na construção
do Tabernáculo, que será o ponto focal da comunidade no
Sinai, o lugar de conexão, o lugar que antecede o Templo de Jerusalém,
mais tarde o centro irradiador da identidade nacional e religiosa.
Em uma interpretação que nos parece importante, comentaristas
enfatizam o simbolismo do Tabernáculo, dizendo que nós também
precisamos construir um espaço interno que nos permita acessar
dimensões mais amplas da realidade, vivenciando o mundo espiritual
com mais intimidade.
´Onde está D´us?`, pergunta o Kotzker Rebbe; e ele
mesmo responde: ´Em todos os lugares em que O deixemos entrar`.
O caminho da conexão espiritual tem contornos fugidios e insondáveis,
mas aqueles que vivenciaram momentos de interação com o
divino afirmam que isso só pode ocorrer a partir de corações
que estejam receptivos e abertos. Aqueles que trazem suas oferendas para
a construção do Tabernáculo (externo e interno),
abrem-se à presença da Shechinah.
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Segundo uma outra interpretação, o Êxodo acontece
em cinco etapas, dentro e fora de nós:
1. A consciência da escravidão e a travessia do Mar como
um salto de fé.
2. Vagar na imensidão do Sinai como um caminho de purificação.
3. Receber a Revelação como a Reinvenção de
nós mesmos.
4. A construção do Tabernáculo fazendo de nossas
vidas um lugar onde a presença de D´us possa se fazer sentir.
5. A entrada no Tabernáculo estabelecendo uma conexão com
o divino.
Para finalizar, podemos dizer que o Tabernáculo, internamente,
é como que um alicerce fundamental na construção
de nós mesmos, um espaço onde podemos acessar talentos e
competências essenciais, para que sejam cultivados com carinho e
dedicação e para que possamos estar presentes, por inteiro,
em cada momento de nossas vidas.
Shabat Shalom!
Ricardo Redisch
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